Cartas - Roma!

Querido meu,passarinho de todas as manhãs...

Sua pequena só não está mais feliz porque a distância de ti é a tristeza de uma pianista sem piano: como viver o sublime, sem seu parceiro de melodias alegres e tristes? Você, meu amanhecer e entardecer, é meu parceiro, por nosso amor canto e amo...

Que saudade de ti,mais saudade ainda de andar contigo pelo mercado . Lembro-me como se fosse hoje as diversas vezes que nos beijamos nos corredores: tu levantava me num abraço,se inclinando para trás e me beijava dizendo eu te amo. Como é doce o teu beijo,como é doce o paladar do nosso amor.

Também estou com um vazio de ti,olho sua foto diversas vezes. Acho que você já percebeu,trouxe nas minhas bagagens seu xampu. Fiz isso pois ao tomar banho é ele que uso,sinto você tão pertinho ao sentir o cheiro dos seus cabelos. Talvez a loucura e a sanidade do nosso amor, seja nos apegarmos aos pequenos detalhes que nos aproximam em meio aos penares de nossa solidão.

Roma está pequena demais sem você,as cidades se tornam grandes quando passeamos com o tudo de nós,sem você falta metade de mim,estou com saudades de mim... Ontem visitei o Coliseu,como desejei te abraçar em meio as ruínas que marcaram mortes e dores,como desejei que nosso amor escrevesse novas marcas num local firmado por devaneios e sacrifícios de homens.

Serei sempre sua enquanto nosso amor caminhar por essa vida.Quando nossos olhos se fecharem pela última vez,acordaremos para a eternidade,lá não seremos um,estaremos com o Criador do nosso amor.

Meu último alento é seu...

Você é meu presente eterno.