quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Resoluções para 2012!

Resoluções para 2012

Ler a Biblia inteira,compreende-la o máximo que for possível e aplica-la na minha vida e cotidiano.

Separar um tempo significativo para orar.

Amar meus inimigos.

Passar mais tempo com minha família e amigos.

Ler todos os livros da coleção clássica da editora É realizações.

Ter disciplina para estudar e passar em Filosofia na USP.

Terminar a Licenciatura em Educação Física.

Participar de mais saraus que em 2011.

Escrever um livro de poesias.

Viajar para os EUA.

Voltar a jogar futebol de botão com meu pai.

Melhorar meu inglês.

Conhecer todas as bibliotecas publicas de São Paulo.

Passar mais tempo lendo o que me dá prazer.

Namorar com uma mulher inteligente e linda.

Fazer atividade física 5 vezes por semana.

Ir para praia uma vez por mês.

Passar mais tempo conversando com pessoas mais inteligentes do que eu.

Participar de mais protestos e ações que promovam a justiça no Brasil.

Investir mais dinheiro em livros do que em roupas.

Trabalhar o bastante para me manter e ajudar o meu próximo.

Poupar dinheiro.

Ir na Sala São Paulo e no Teatro Municipal uma vez por mês.

Passar mais tempo lendo na Livraria Cultura.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Contradições

Sou cético demais para acreditar no fim do nosso Amor

Tenho fé o suficiente para te mandar embora

Sei que voltará!

Tenho pouco amor em mim sem ti

E muito amor em nós na sua companhia

Contradições e contradições

É o que sei sobre o veneno

Que não mata,cura!

Derrubou palácios,construiu cabanas

É a vida de quem ama o penar da solidão

Por isso vou para voltar

Não volto só para mim

Quero saber no que vai dar

Se amanhã o que é de nós

Não estiver aqui

Iremos reinventar,contradizer outra vez

Mas dessa vez mais devagar

Amar com pressa é ser lento nos detalhes

É correr de mãos vazias

Quando o coração carrega sacolas

Não diga sim

É contradizendo que nos amamos.

É negando o fim que nasce o recomeço.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Last Nite

‎"People they don't understand

Girlfriends, they can't understand


Your grandsons, they won't understand


On top of this, I'll never gonna understand" Last Nite - The Strokes



segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Choro contido

Eu quero chorar,um choro doído
De lavar a alma,carregado de saudade
Mas que fosse renovo
Uma coisa que desafogasse meu peito
E que afogasse meus erros
Um choro de soluço
Pra depois beber água
E viver de cara
Pra vida
Pra morte
Eu quero esse choro que vêm
Porém não sai
Travado,bonito,sereno
Esperançoso no dia
Em que chorar seja algo amigo
Numa vida cheia de angústias
Quero chorar o último choro
Como se não houvesse mais nada
Mas que eu pudesse sentar
E me sentir confortado
Por ser o chorão
Que não consegue chorar.

domingo, 20 de novembro de 2011

Ao menos uma vez na vida...

Ao menos uma vez na vida....

Devemos viver um amor infinito, eterno enquanto dure.

Devemos sair de casa sem rumo,só pelo prazer de andar.

Devemos fazer um jantar para os amigos.

Devemos plantar uma rosa.

Devemos dormir até morrer e acordar.

Devemos escrever uma música e cantá-la na rua.

Devemos participar de um Sarau.

Devemos ensinar algo importante para uma criança.

Devemos passar o dia ouvindo os conselho de um casal de velhinhos.

Devemos comer uma lata de brigadeiro e passar mal.

Devemos cuidar de um órfão e de uma viúva.

Devemos ver o sol nascer enquanto todos dormem.

Devemos abraçar um estranho com amor.

Devemos construir um cata-vento de papel.

Devemos olhar para o futuro com fé no presente.



Mafra.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Morena

Inspirado na beleza da musica

Morena,é da arte de amar
Amar devagar
Com pressa esfria
Quem não sabe amar

Morena,é da arte de ver
Te ver devagar
Com pressa é pouco
Quem não sabe olhar

Morena,é da arte de falar
Falar ao pé do ouvido
Com grito é chato
Quem não sabe falar

Morena,é da arte de ser
Ser de esperar
Com outra é vazio
Quem não sabe aguardar

Morena,de amar
Morena,de ver
Morena,de falar
Morena,de ser...

Ah...morena!

sábado, 12 de novembro de 2011

Minha visão sobre os "Burguesinhos Maconheiros" da USP

Imagem do Ato dos Estudantes da USP

Queridos,na última quinta-feira(10/11) participei do Ato público e da Assembléia dos estudantes da USP que estão de greve,a priori,como a maioria da população, fui levado pela mídia a pensar que o embate era sobre o uso da maconha no Campus.Eu já duvidada dessa versão,fui lá para ter certeza das minhas suspeitas e tirar algumas duvidas.Quando eu estava lá,não se defendeu o uso da maconha,mas sim o combate aos abusos que a PM faz ao abordar os alunos e a gestão do Reitor Rodas.Concordo que o inicio do movimento foi meio falho(devido a invasão mal planejada da Reitoria e o suposto vinculo com a maconha),porem hoje eu apoio a luta dos estudantes. A PM ao entrar na Reitoria levou uma aluna pra uma sala fechada,ela gritava muito e disse que apanhou lá dentro,a PM também jogou bombas no Crusp(moradia estudantil da USP) sendo que os alunos estavam DORMINDO e não participavam da ocupação da Reitoria,eles foram proibidos de saírem do prédio,os PM's do Choque estavam sem identificação.Os alunos que invadiram a Reitoria assumiram que quebraram o portão para entrar,quebraram as câmeras de filmagem e pixaram parte do prédio,entretanto disseram que não quebraram nada além disso e que a PM entrou,quebrou as coisas e deixou a mídia filmar para culparem os estudantes.

Está sendo discutido pelos alunos uma via de segurança que não seja a PM,afinal,um aluno foi morto e isso é lamentável,entretanto a PM no Campus funciona como ferramenta repressora do Estado(antes de alguém me criticar com frases de efeito,participe de algum protesto contra o governo do Estado e da prefeitura,que tu vai ver a tensão que é,ter que correr da PM sem ter feito absolutamente nada,nem sempre acontece repressão, mas já presenciei algumas). O atrito com a PM é antigo,desde o tempo da ditadura, e pra quem não acredita ainda somos reprimidos,é de maneira escondida mas existe repressão,alguns episódios de violência na Faculdade de Direito e na FFLCH são recentes,converse com um Uspiano e pergunte o que aconteceu. Eu sei que estudantes exageram em protestos(proibir que alunos que não aderiram a greve entrem na aula é inaceitável) na assembléia os alunos votaram por não fazer barricadas nas faculdades que não estão de greve,mas sempre tem alguns que fazem o que querem,com algumas atitudes dos Uspianos eu não concordo,mas o cerne da discussão eu apoio. Estudo no Mackenie,Universidade privada,tenho bolsa do Prouni,vocês que estão lendo esse post custeiam meus estudos com seus impostos,bancam também os alunos da USP,o minimo que podemos fazer é retribuir de maneira ativa na construção de um Brasil melhor e isso acontece questionando o Estado e suas falhas,o movimento dos alunos da Usp não é por liberação da maconha,mas sim contra a truculência da PM dentro e fora do Campus,contra as decisões erradas do Reitor e por segurança no Campus.
Imagem da Assembléia no Salão Nobre da Faculdade de Direito da USP

Por gentileza,não fale do que você não sabe ou acha que sabe por ler o demônio que o parta conhecido como mídia de massa! Duvide do que você lê(até mesmo do que eu escrevi),vá até a fonte,leia os dois lados e depois forme sua opinião.Se Deus quiser em 2013 estarei fazendo Filosofia na USP,quero muito construir um Brasil melhor,como militante cidadão,como professor e como amigo,até lá vou ajudando com o que eu posso,sendo brasileiro com muito orgulho e muito Amor!

Lembranças a família do aluno Felipe Ramos de Paiva,morto dia 18 de maio na tentativa de assalto no estacionamento da FEA-USP,lutar contra a truculência da PM não significa que esquecemos disso e que não respeitamos a dor que esse fato deixou,apenas acreditamos que a PM não é melhor forma de garantir a segurança,ela estava lá no dia e por ironia ou sei lá o que, não conseguiu ajuda-lo,mesmo sendo contra a presença da PM eu abriria mão da minha opinião política e desejaria muito que eles estivessem perto dele e garantissem sua segurança(nenhum embate filosófico-politico está acima da preservação da vida humana).Por fim...essa é a visão de um estudante de fora da USP, de fora da corporação da PM e que não acredita no que a Revista Veja escreve.

Abraço!

Mafra.

Ps.Não sou contra a corporação da PM como um todo,mas sim contra a maneira que os ato de protestos são tratados.Quem quiser ler um pouco a partir da versão dos alunos, acesse o site do DCE(Diretório Central dos Estudantes da USP) http://www.dceusp.org.br/

sábado, 29 de outubro de 2011

O Púlpito e o Punhal

Texto extraído do blog da Editora Fiel - http://www.blogfiel.com.br/2011/10/o-pulpito-e-o-punhal.html

Cleyton Gadelha

Reconhecendo que é nosso dever, como cristãos, estarmos do mesmo lado, permito-me, entretanto, apontar o dedo contra nós mesmos. Sim, precisamos que alguém, afinal, diga que as armas que estão matando nossa identidade foram gestadas por nossa tolerância autofágica.

É desesperadora a angústia de precisar se agarrar à tentativa de fazer a igreja permanecer em moldes biblicamente concebíveis.

As últimas três décadas foram devastadoras para a igreja no Brasil. À medida que a igreja ia sendo transformada de protestante em "evangélica", as estatísticas do IBGE embriagaram nossa percepção. Quase ninguém se dava conta que o processo estava apodrecendo a Igreja por dentro. Os fatores que viabilizavam tal crescimento não eram, nem de longe, legítimos como práticas cristãs.

Dos "dentes de ouro" à "Marcha prá Jesus" parte de nossa herança foi extraviada. Sem reflexão teológica, a igreja caiu nas mãos de celebridades da música gospel e de líderes carismáticos que invadiram a mídia, assumindo de forma usurpada, o direito de falarem em nome da Igreja.

A face pública do movimento chamado evangélico parece, como diria Olavo de Carvalho, "uma gigantesca máquina de desentortar banana". Visibilidade impressionante, mas completamente esvaziado de significado.

O que está aí é estatisticamente impressionante, mas não pode ser celebrado como cristianismo, porque não o é. Um "cristianismo" que não produz impacto moral sobre a sociedade. Um cristianismo que, várias vezes, fica aquém da moral pagã, não foi, evidentemente, esculpido pelo poder santificador do Espírito Santo.

Por outro lado, as denominações históricas, que deveriam ter ancorado o cristianismo no porto da reforma protestante, praticaram crime ainda maior, quando entregaram suas escolas teológicas nas mãos dos liberais.

Seminários protestantes pagaram salários a professores liberais que corromperam a fé dos nossos jovens que, indefesos,foram entregues nas mãos deles para serem "bultmanntizados", "tilichizados"etc. Esses jovens, depois de quatro anos, eram feitos pastores e, usaram nossos púlpitos como arma letal de desconstrução do cristianismo bíblico. "Quem apóia lobos, sacrifica as ovelhas". Por isso a história não nos tem por inocente.

Muitas igrejas morreram, e o punhal que as matou foi um púlpito pejado de má teologia.

Batistas, Presbiterianos e todos os históricos, precisamos fazer um "mea – culpa" porque a resposta dos nossos pais ficou muito aquém da necessidade da igreja e, nós, não somos melhores do que os nossos pais, portanto chorar é também nossa parte.

Como Deus sempre tem que salvar o seu povo, porque se dependesse de nós, seu plano seria de todo extraviado, mais uma vez está Ele vindo em nosso socorro.

É encorajador ver algo novo, burbulhante, se movendo como um broto emergindo de um toco queimado. Há uma força que não se deterá por ser pequena. O Senhor já começou sua reação. Há um vigoroso despertamento das igrejas do Brasil rumo às Doutrinas da Graça.

O mote dos anos 70/80 era: Doutrina não! Doutrina divide! Esse bordão enganoso está sendo substituído no coração de um remanescente que começa a bradar nos púlpitos e nas redes sociais, em acampamentos e em conversa de mesa: Doutrina sim! Teologia Sim! E que sejam aquelas velhas doutrinas que mudaram a Igreja e o mundo no século 16. Como disse Marcos Granconato: "Teologia é como vinho, quanto mais velha melhor".

Palavras como Wittenberg, Genebra, Dort, Westminster, Puritanos, Credo, impronunciáveis há alguns anos, compõem agora a falação da galera jovem e dos veneráveiss anciãos de nossas igrejas. A hora da virada chegou!
Deus está visitando a igreja no Brasil para reesculpir sua face com o cinzel da virilidade bíblica e da pujança dos reformadores que batalharam pela fé dos santos sem jamais desfalecerem.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Nós os vagotônicos - Vinicius de Moraes

“Nós, os vagotônicos, de quando em vez precisamos de férias, porque senão se nos evapora a substância. Que os leitores me perdoem, a mim e a meu vago simpático, por essa deserção provisória, preenchida, de resto, com grande linha por Jorge Vargas. Já estou de novo bem, obrigado. De volta a este retângulo, eu quero em primeiro lugar agradecer (não tenham medo que não vem discurso…) a todos os vagotônicos pela assistência moral, bons conselhos e receitas que me deram – especialmente a minha amiga Araci de Almeida, rainha dos vago-simpáticos, e o meu amigo Fernando Lobo que fez um samba lindíssimo sobre Noel, e que tem teorias próprias sobre a disfunção, as quais põe em prática com o maior gosto e proveito.

Aliás, por falar em vagotonia, eu descobri no decorrer dessa minha última crise que nós, os vagotônicos, formamos uma impressionante maçonaria. A solidariedade entre os membros da seita é admirável. Estive, nessa ultima semana, com vários grupos, e ao anunciar-lhes eu que me achava no “auge da vagotonia” (pois todo vagotônico que se preza não só tem o maior orgulho de sê-lo e demonstrá-lo, como sempre exagera ao Maximo o seu estado), ganhava imediatamente a simpatia dos correligionários presentes, terminando por formarmos um bloco coeso contra os pobres mortais que têm o vago-simpático perfeito.

- Como é, querida? Como vai essa vagotonia?- Ah, meu filho, já nem sei mais… E você?- No fundo do poço.- Quer dizer que você não esta aqui hoje?

- Ah, eu nem sei mais onde é que estou…

E assim por diante, tudo entrecortado por longos silêncios, durante os quais a pessoas cai do alto de arranha-céus bem devagarinho, é enterrada viva, despenca de elevador, some terra adentro por um buraco súbito que se vagotoniza, pois todo vagotônico sobe como um foguete, até as regiões siderais, se perde nas catacumbas de Roma, se afoga na banheira, porque uma paralisia repentina não permite que se feche a torneira, sobe e desce degraus inexistentes, fica quente, fica frio, fica quente de novo, se ruboriza, empalidece, cai numa delinqüência, ouve o coração bater na ponta do dedão do pé, sua nas mãos, tem a boca seca – enfim, a felicidade completa.

Não me queiram mal por essa digressão. O fenômeno é importante, pois ele pode influir na crônica, e eu a quero isenta. Aliás, essa semana cabe falar de vagotonia, pois vai entrar em cartaz essa grande vagotônica que é Bette Davis – e isso, meus amigos, vai ser uma delicia. Vai ser uma verdadeira delicia.”

Vinícius de Moraes

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Rookmaaker - Palavrantiga


Espiritualidade com inteligêcia...sim,é possível! Palavrantiga tá aí pra mostrar!




Eu leio Rookmaaker, você Jean Paul Sartre
A cidade foi tomada pelos homens.
Na cidade dos homens tem gente que consegue ler,
mas os outros estão néscios pra Ti.

Eu canto Keith Grenn, você canta o que?
A cidade está cheia de sons.
Na cidade dos homens tem gente que consegue ouvir,
mas os outros estão surdos pra Ti.

Vem jogando tudo pra fora.
A verdade apressa minha hora.
Vem revela a vida que é nova.
Abre os meus olhos agora.

Eu fico com a escola de Rembrandt você no dadaísmo de
Berlim.
A cidade está cheia de tinta.
Na cidade dos homens tem gente que consegue ver,
mas os outros estão cegos pra Ti.

Eu monto o paradoxo no palco. Você anda zombando da
Cruz.
A cidade está cheia de atores.
Na cidade dos homens tem gente que consegue dizer,
mas os outros estão mudos pra Ti.

Vem jogando tudo pra fora.
A verdade apressa minha hora.
Vem revela a vida que é nova.
Abre os meus olhos agora.

Toda vez que procuro aqui algo pra ler, ouvir, olhar e
dizer,
Senhor sabe o que eu quero.
Não me furto a certeza: és a Vida que eu quero.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Os velhos clichês e a guerra dos sexos

Texto retirado do Jornal Folha de SP - Caderno Equilíbrio - 30.08.2011

OUTRAS IDEIAS

MIRIAN GOLDENBERG miriangoldenberg@uol.com.br

Os velhos clichês e a guerra de sexos


Como se fossem de uma espécie superior, elas se acham únicas e dizem que os homens são todos iguais


"homem só quer sexo, mulher quer amor." "Todo homem é galinha, machista e infiel." "Homem tem medo de mulher independente."
"Homens ficam inseguros quando o salário da mulher é maior." "Homens são infantis, bobos e imaturos."
"Eles odeiam discutir a relação."
"Homem não sofre por amor." "Eles se separam e logo arranjam outra." "Eles detestam mulher inteligente."
Esses e outros clichês são crenças frequentes entre as mulheres brasileiras.
Elas repetem esses velhos chavões como se só elas, e não eles, tivessem mudado nas últimas décadas.
Não encontro entre os homens os mesmos clichês.
Eles dizem que se sentem atraídos pelas inteligentes e que admiram as fortes, poderosas, independentes.
A maioria quer sexo, sim, mas com a mulher amada. Um economista de 55 anos declarou: "Para as mulheres, todo homem é galinha. Sempre fui fiel à minha mulher. Não quero ter outra. Quero que ela seja também a minha amante. Não quero trair a minha melhor amiga".
Os dados do IBGE mostram crescimento no número de homens que se casam com mulheres mais velhas. Eles desejam uma mulher bonita, é verdade, mas desde que ela seja interessante (inteligente, bem-humorada, independente).
Como me disse um arquiteto de 47 anos: "Essa coisa de homem trocar uma mulher de 40 por duas de 20 é o maior clichê que as mulheres inventaram. Quero uma mulher interessante, uma companheira. E que mulher de 20 anos pode me ensinar alguma coisa? Não quero uma filha para ser dominada ou um troféu para ser exibido. Mas as mulheres insistem em rotular os homens".
Ou ainda, conforme um jornalista de 39 anos: "É até engraçado! As mulheres se consideram únicas, especiais, diferentes. Já nós, os homens, somos todos iguais. É como se elas fossem de uma espécie mais civilizada, superior, e nós os primitivos, seres inferiores".
Elas continuam repetindo ideias que não combinam mais com grande parte dos homens brasileiros.
Acabam, assim, reforçando os estereótipos de gênero, os mesmos que elas dizem querer destruir.
É óbvio que as brasileiras estão mais livres.
Mas parece existir uma cegueira feminina na hora de aceitar as transformações dos comportamentos masculinos e os novos modelos de ser homem.
Para conquistar uma verdadeira igualdade entre os gêneros, não seria a hora de parar de enxergar todos os homens pela mesma lente dos velhos clichês?

MIRIAN GOLDENBERG é antropóloga, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro e autora de "De Perto Ninguém é Normal" (Ed.BestBolso)

domingo, 14 de agosto de 2011

Se eu sou soubesse

Graças a Deus o Chico Buarque lançou um cd novo! Aeeeeeeeee! Como bom ouvinte de Chico,fiquei contente pakas quando vi o Cd na livraria Cultura,ouvi um trecho de todas as músicas,a que mais gostei é essa...

Bom Chico para nós!


Ah, se eu soubesse não andava na rua
Perigos não corria
Não tinha amigos, não bebia, já não ria à toa
Não ia enfim
Cruzar contigo jamais

Ah, se eu pudesse te diria, na boa
Não sou mais uma das tais
Não vivo com a cabeça na lua
Nem cantarei: eu te amo demais
Casava com outro, se fosse capaz

Mas acontece que eu saí por aí
E aí, larari larari larari larara

Ah, se eu soubesse nem olhava a lagoa
Não ia mais à praia
De noite não gingava a saia, não dormia nua
Pobre de mim
Sonhar contigo, jamais

Ah, se eu pudesse não caía na tua
Conversa mole, outra vez
Não dava mole à tua pessoa
Te abandonava prostrado a meus pés
Fugia nos braços de um outro rapaz

Mas acontece que eu sorri para ti
E aí larari larara lariri, lariri
Pom, pom, pom, ...

Reticência...

Não sou o que eu era,também não sou o quero ser
Sou uma reticência
Um livro não terminado
Uma maçã pela metade
O orvalho que seca,mas na manhã seguinte está lá novamente
Sou o vai e vem das ondas
Sou o silêncio da noite
Passeio entre as gentes e não termino de ser
Sou sempre a ponte e nunca o destino
Sou passageiro...

quarta-feira, 6 de julho de 2011

É PROIBIDO JULGAR?

http://tempora-mores.blogspot.com/

Ainda recentemente participei de uma discussão no Facebook com vários de meus amigos onde uma moça aborreceu-se com alguns comentários feitos a um terceiro (não por mim, garanto!) e retirou-se zangada, dizendo que Jesus havia ensinado que não se devia julgar os outros.

Eu sei que existem situações em que julgar é realmente errado, mas aquela não era uma destas situações. A pessoa que estava sendo "julgada" tinha feito declarações e expressado suas opiniões e os outros simplesmente estavam avaliando e rejeitando as mesmas. A atitude da mocinha, que ficou sentida, ofendida e magoada, é infelizmente comum demais no meio evangélico moderno, onde as pessoas usam as famosas palavras de Jesus de maneira errada como argumento em favor de que devemos aceitar tudo o que os outros dizem e fazem, sem pronunciarmos qualquer juízo de valor que seja contrário.

Mas, foi isto mesmo que Jesus ensinou? A passagem toda vai assim:

"Não julgueis, para que não sejais julgados.
Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida com que tiverdes medido, vos medirão também.
Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?
Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?
Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão.
Não deis o que é santo aos cães Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis ante os porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os pés e, voltando-se, vos dilacerem." (Mateus 7:1-6)


Alguns pontos ficam claros da passagem.

1) O que Jesus está proibindo é o julgamento hipócrita, que consiste em vermos os defeitos dos outros sem olharmos os nossos. O Senhor determina que primeiro nos examinemos e nos submetamos humildemente ao mesmo crivo que queremos usar para medir e avaliar o procedimento e as palavras dos outros. E que, então, removamos a trave do nosso olho, isto é, que emendemos nossos caminhos e reformemos nossa conduta.

2) Em seguida, uma vez que enxerguemos com clareza, o próprio Senhor determina que tiremos o argueiro do olho do nosso irmão. O que ele quer evitar é que alguém quase cego com um tronco de árvore no olho tente tirar um cisco no olho de outro. Mas, uma vez que estejamos enxergando claramente, após termos removido o entrave da nossa compreensão e percepção, devemos proceder à remoção do cisco do olho de outrem.

3) Jesus faz ainda uma outra determinação no versículo final da passagem (verso 6) que só pode ser obedecida se de fato julgarmos. Pois, como poderemos evitar dar nossas coisas preciosas aos cães e aos porcos sem primeiro chegarmos a uma conclusão sobre quem se enquadra nesta categoria? Visto que é evidente que Jesus se refere a pessoas que se comportam como porcos e cães, que não vêem qualquer valor no que temos de mais precioso, que são as coisas de Deus. Para que eu evite profanar as coisas de Deus preciso avaliar, analisar, examinar e decidir - ou seja, julgar - a vida, o comportamento e as declarações das pessoas ao meu redor.

Fica claro, então, que o Senhor nunca proibiu que julgássemos os outros, e sim que o fizéssemos de maneira hipócrita, maldosa e arrogante. Julgar faz parte essencial da vida cristã. Somos diariamente chamados a exercer o papel de juízes movidos por amor pelas pessoas e zelo pelas coisas de Deus.

Quem nunca julga contribui para que o erro se propague, para que as pessoas continuem no erro. São pessoas sem convicções. Elas se tornam coniventes e cúmplices das mentiras, heresias e atos imorais e anti-éticos dos que estão ao seu redor. Paulo disse a Timóteo, "A ninguém imponhas precipitadamente as mãos. Não te tornes cúmplice de pecados de outrem. Conserva-te a ti mesmo puro" (1Tim 5:22). Não consigo imaginar de que maneira Timóteo poderia cumprir tal orientação sem exercer julgamento sobre outros.

Em resumo, julgar não é errado, cumpridas estas condições: a) que primeiro nos examinemos; b) que nos coloquemos sob o mesmo juízo e estejamos prontos para admitirmos que nós mesmos estamos sujeitos a errar, pecar e dizer bobagem; c) que nosso alvo seja ajudar os outros a acertar e consertar o que porventura fizeram ou disseram

domingo, 3 de julho de 2011

CRISTO E O CÂNCER


John Piper

Romanos 8:18-28

Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada. A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados. Pois ela foi submetida à inutilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra, recebendo a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto. E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção dos nossos corpos. Pois nessa esperança fomos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo? Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo pacientemente. Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus. Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.

Antes de eu entrar para a faculdade eu dificilmente pensava em câncer e doenças terminais. Mas desde aquele tempo de faculdade a morte por doença tem andado ao meu lado pelo caminho. Dois dos meus colegas de faculdade morreram de leucemia e câncer no pâncreas antes de completarem 22 anos. No seminário eu vi Jim Morgan, meu professor de teologia sistemática, murchar e morrer em menos de um ano de câncer no intestino. Ele tinha 36 anos. Na minha pós-graduação na Alemanha meu orientador, professor Goppelt, morreu repentinamente pouco antes de eu terminar. Ele tinha 62 anos – um forte infarto. Depois eu vim para Bethel! Eu ensinei por seis anos e vi estudantes, professores e administradores morrerem de câncer: Sue Port, Paul Greely, Bob Bergerud, Ruth Ludeman, Graydon Held, Chet Lindsay, mary Ellen Carlson – todos cristãos, todos mortos muito cedo. E agora eu vim para Bethlehem e Harvey Ring se foi. E você poderia multiplicar a lista dez vezes.

O que nós devemos dizer diante dessas coisas? Algo deve ser dito porque doenças são um perigo para nossa fé no amor e poder de Deus. E eu considero como minha responsabilidade primária como pastor alimentar e fortalecer a fé no amor e no poder de Deus. Não há arma como a Palavra de Deus para se evitar perigos para a fé. Então eu quero que nós escutemos hoje, cuidadosamente, ao ensino da escritura sobre Cristo e o câncer, o poder e o amor de Deus sobre as doenças dos nossos corpos.

Eu considero a mensagem de hoje crucial como uma mensagem pastoral porque você precisa saber a posição do seu pastor sobre os assuntos de doenças, cura e morte. Se você pensasse que a minha concepção é que toda doença é um julgamento divino para um pecado específico, ou que a falha em ser curado após alguns dias de oração é um sinal claro de uma fé inautêntica, ou que Satanás é, de fato, o regulador deste mundo e Deus pode apenas observar impotentemente enquanto seu inimigo devasta seus filhos – se você pensasse que quaisquer dessas fossem minhas idéias, você se relacionaria comigo muito diferente na doença de como você faria se você soubesse o que eu realmente penso. Logo, eu quero lhes dizer o que eu realmente penso e tentar lhes mostrar pela Escritura que esses pensamentos não são apenas meus mas também, eu creio, os pensamentos de Deus.

Seis Afirmações Com Respeito à Teologia do Sofrimento

Eu gostaria que todos que têm uma Bíblia abrissem comigo em Romanos 8: 18-28. Há seis afirmações que resumem minha teologia sobre doenças e ao menos a semente para cada uma dessas afirmações está aqui. Vamos ler o texto:

Considero que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada. A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados. Pois ela foi submetida à inutilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra, recebendo a gloriosa liberdade dos filhos de Deus. Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto. E não só isso, mas nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo. Pois nessa esperança fomos salvos. Mas, esperança que se vê não é esperança. Quem espera por aquilo que está vendo? Mas se esperamos o que ainda não vemos, aguardamo-lo pacientemente.

Da mesma forma o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus.

Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.

1. Toda a Criação Foi Submetida à Inutilidade

Minha primeira afirmação é essa: a era em que nós vivemos, que vai da queda do homem ao pecado até a segunda vinda de Cristo, é uma era na qual a criação, incluindo nossos corpos, foi “submetida à inutilidade” e “escravizada na decadência”. Versículo 20: a criação foi submetida à inutilidade. Versículo 21: a criação será libertada da escravidão da decadência. E o porquê nós sabemos que isso inclui os nossos corpos é dado no versículo 23: Não apenas o restante da criação, mas nós mesmos (cristãos) gememos interiormente esperando nossa adoção como filhos, a redenção dos nossos corpos. Nossos corpos são parte da criação e participam em toda a futilidade e corrupção às quais a criação foi submetida.

Quem é esse no versículo 20 que submeteu a criação à inutilidade e a escravizou na decadência? É Deus. Os únicos outros possíveis candidatos a se considerar seriam Satanás ou o próprio homem. Talvez Paulo pensou em Satanás, ao trazer o homem ao pecado, ou no homem, ao escolher desobedecer a Deus – talvez um deles é a quem se refere como aquele que sujeitou a criação à futilidade. Mas a referência não pode ser a Satanás nem ao homem por causa das palavras “na esperança” no fim do versículo 20. Essa pequena frase, “na esperança”, nos dá o propósito daquele que submeteu a criação à futilidade. Mas não era a intenção do homem e nem de Satanás trazer a decadência ao mundo de modo que a esperança da redenção fosse acesa no coração do homem e que um dia a “gloriosa liberdade dos filhos de Deus” brilhasse mais reluzentemente. Apenas uma pessoa poderia submeter a criação à futilidade com esse propósito, a saber, o justo e amoroso criador.

Portanto, eu concluo que este mundo encontra-se sob a sentença judicial de Deus sobre uma humanidade rebelde e pecadora – uma sentença de decadência e futilidade universal. E ninguém está excluído, nem mesmo os preciosos filhos de Deus.

Provavelmente a futilidade e corrupção da qual Paulo fala refere-se à ruína física e espiritual. Por um lado o homem em sua condição caída está escravizado a uma percepção defeituosa, objetivos errados, comportamentos tolos e insensibilidade espiritual. Por outro lado há enchentes, fome, vulcões, terremotos, ondas gigantes, pragas, picadas de cobra, acidentes de carro, quedas de avião, asma, alergias, gripe e câncer, todos despedaçando e destruindo o corpo humano com dor e trazendo o homem – todos os homens – ao pó.

Enquanto estivermos no corpo seremos escravos da decadência. Paulo disse essa mesma coisa em outro lugar. Em 2 Coríntios 4:16 ele disse: “Não desanimamos. Emboraexteriormente (o corpo) estejamos a desgastar-nos (decaídos) interiormente estamos sendo renovados dia após dia.” A palavra que Paulo usa para desgaste aqui é a mesma usada em Lucas 12:33 quando Jesus disse: Cuidem-se para que seu tesouro esteja nos céus “onde ladrão algum chega perto e nenhuma traça destrói.” Assim como uma roupa em um armário quente e escuro será comida e destruída pelas traças, assim nossos corpos nesse mundo caído serão destruídos de uma maneira ou de outra. Pois toda a criação foi submetida à futilidade e escravizada na decadência enquanto durar esta era. Essa é minha primeira afirmação.

2. Haverá um Tempo de Libertação e Redenção

Minha segunda afirmação é esta: Chegará um tempo quando todos os filhos de Deus, que resistiram até o fim na fé, serão libertos de toda futilidade e corrupção, espitualmente e fisicamente. De acordo com o versículo 21, a esperança na qual Deus sujeitou a criação era de que um dia “a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra, recebendo a gloriosa liberdade dos filhos de Deus”. E o vers[iculo 23 diz que “nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo”. Não aconteceu ainda. Nós aguardamos. Mas acontecerá. “A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo. (...) ele transformará os nossos corpos humilhados, tornando-os semelhantes ao seu corpo glorioso.” (Filipenses 3:20-21). “...num momento, num abrir e fechar de olhos, ao som da última trombeta. Pois a trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis e nós seremos transformados”(1 Coríntios 15:52). “Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou.” (Apocalipse 21:4).

Chegará o dia em que cada muleta será esculpida e cada cadeira de rodas fundida como medalhões de redenção. E Merlin e Reuben e Jim e Hazel e Ruth e todos os outros entre nós entrarão felizes e saltitantes no Reino dos Céus. Mas não ainda. Não ainda. Nós gememos, esperando pela redenção de nossos corpos. Mas o dia chegará e essa é minha segunda afirmação.

3. Cristo Conquistou, Demonstrou e Nos Deu um Antegosto Dela

O terceiro ponto é que Jesus Cristo veio e morreu para conquistar nossa redenção, parademonstrar o caráter dessa redenção espiritual e física, e para nos dar um antegosto dessa redenção. Ele conquistou nossa redenção, demostrou seu caráter e nos deu um antegosto dela. Por favor preste atenção, pois essa é uma verdade gravemente distorcida por muitos curandeiros de nossos dias.

O profeta Isaías predisse o trabalho de Cristo da seguinte forma em 53:5-6 (um texto que Pedro aplicou a Cristãos em 1 Pedro 2:24):

Mas ele foi transpassado por causa das nossas transgressões, foi esmagado por causa de nossas iniquidades; o castigo que nos trouxe a paz estava sobre ele, e pelas suas feridas fomos curados. Todos nós, tal qual ovelhas, nos desviamos, cada um de nós voltou para o seu próprio caminho; e o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós.

A bênção do perdão e a bênção da cura física foram conquistadas por Cristo quando ele morreu por nós na cruz. E todos aqueles que dão suas vidas a ele terão esses benefícios. Mas quando? Essa é a questão presente. Quando seremos curados? Quando nossos corpos não serão mais escravos da decadência?

O ministério de Jesus foi um ministério de cura e perdão. Ele disse aos discípulos de João Batista: “Vão e anunciem a João o que vocês estão ouvindo e vendo: os cegos vêm, os aleijados andam, os que têm lepra são curados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e as boas novas são pregadas aos pobres; e abençoado é aquele que não se sente ofendido por mim.” (Mateus 11:4-6).1 Ofensa? Por que alguém se sentiria ofendido por outro que ressuscita os mortos e introduz o reino por tanto tempo esperado? Fácil – ele rescuscitou apenas umas três pessoas. Ele deixou centenas nos túmulos ao redor dele. Por quê? Porque nem todos tinham fé? Oh não! Quando Jesus ressuscitou o filho da viúva em Lucas 7:13-14, ela não o conhecia. Não foi por causa de sua fé. Apenas é dito: “Ele teve compaixão dela.” E então? Ele não se compadecia de todos os outros consternados em Israel?

A resposta do por que Jesus não ressuscitou todos os mortos é que, contrário às expectativas dos judeus, a primeira vinda do Messias não era a consumação e completa redenção desta era caída. A primeira vinda foi, na verdade, para conquistar essa consumação, ilustrar seu caráter e trazer um antegosto dela para seu povo. Logo, Jesus ressuscitou alguns dos mortos para ilustrar que ele tem esse poder e um dia virá novamente e o exercerá para todo seu povo. E ele curou os doentes para ilustrar que assim será em seu reino final. Não haverá mais choro ou dor.

Mas nós temos um antegosto da nossa redenção agora nesta era. Os benefícios conquistados na cruz podem ser usufruídos de certa maneira mesmo agora, incluindo cura. Deus pode curar e cura os doentes agora em resposta às nossas orações. Mas não sempre. As pessoas dos nossos dias que são obsecadas por milagres dos nossos dias, que garantem que Jesus quer você bem agora e empilham culpa sobre culpa nas costas do povo de Deus afirmando que a única coisa entre eles e a cura é a falta de fé, têm falhado em entender a natureza dos propósitos de Deus nesta era caída. Eles têm minimizado a profundidade do pecado e a crucialidade da disciplina purificadora de Deus e o valor da fé através do sofrimento. Eles são culpados por tentar forçar nesta era o que Deus reservou para a próxima.

Note a sequência de pensamento em Romanos 8:23-24: “Nós mesmos, que temos os primeiros frutos do Espírito, gememos interiormente, esperando ansiosamente nossa adoção como filhos, a redenção do nosso corpo. Pois nessa esperança fomos salvos.” Porque Cristo conquistou a redenção, os crente receberam o Espírito Santo. Isso é como um pagamento antecipado da nossa completa redenção, mas é apenas os primeiros frutos, um antegosto. E quando Paulo enfatiza que nós, mesmo nós, que temos o Espírito gememos esperando a redenção dos nossos corpos, você pode dizer que ele está alertando contra a falsa inferência de que porque nós fomos salvos, logo nosso gemido em corpos decaídos acabou. Então, ele continua no versículo 24, “Pois nessa esperançafomos salvos.” Nossa salvação não está concluída, está apenas iniciada. Nós somos salvos apenas em esperança. Isso é verdade moralmente; Paulo diz em Gálatas 5:5, “Pois é mediante o Espírito que nós aguardamos pela fé a justiça, que é a nossa esperança.” E é verdade fisicamente; Nós esperamos a redenção dos nossos corpos. Cristo conquistou essa redenção e demosntrou sua realidade física em seu ministério de cura e tem nos dado um antegosto dela curando muitas pessoas em nossos dias, mas algumas bem devagar, outras apenas parcialmente, e outras não curando. Essa é minha terceira afirmação.

4. Deus Controla Todo Sofrimento Para o Bem de Seu Povo

O quarto ponto é que Deus tem o controle de quem fica doente e quem fica bem, e todas as suas decisões são para o bem de seus filhos, mesmo se elas forem muito dolorosas e duradouras. Foi Deus quem sujeitou a criação à futilidade e corrupção, e é ele quem pode libertá-la. Em Exôdus 4:11, quando Moisés recusou ir falar com o Faraó, Deus disse a ele, “Quem deu boca ao homem? Quem o fez surdo ou mudo? Quem lhe concede vista ou torna cego? Não sou eu, o Senhor?” Por trás de toda doença está finalmente a mão soberana de Deus. Deus fala em Deuteronômio 32:39, “Vejam agora que eu sou o único, eu mesmo. Não há Deus além de mim. Faço morrer e faço viver, feri e curarei, e ninguém é capaz de livrar-se da minha mão.”

Mas e Satanás? Não é ele o grande inimigo da nossa integridade? Ele náo nos ataca moralmente e fisicamente? Não foi Satanás que tormentou Jó? Sim, foi. Mas Satanás não tem nenhum poder além daquele que é dado por Deus a ele. Ele é um inimigo acorrentado. De fato, para o escritor do livro de Jó não estava errado dizer que as feridas afligidas por Satanás foram enviadas por Deus. Por exemplo, em Jó 2:7 nós lemos, “Saiu, pois, Satanás da presença do Senhor e afligiu Jó com feridas terríveis, da sola dos pés ao alto da cabeça.” Depois quando sua mulher o diz para amaldiçoar Deus e morrer, Jó diz “Aceitaremos o bem dado por Deus, e não o mal?” E se pensarmos que Jó errou ao atribuir a Deus suas feridas afligidas por Satanás, o autor acrescenta no versículo 10, “Em tudo isso Jó não pecou com seus lábios.” Em outras palavras, não é pecado reconhecer a mão soberana de Deus mesmo por trás de uma doença da qual Satanás seja o causador mais imediato.

Satanás pode ser astuto mas em algumas coisas ele é burro, porque ele não vê que todas as suas tentativas de afligir os santos são simplesmente transformadas pela providência divina em ocasiões para purificação e fortalecimento da fé. O objetivo de Deus para seu povo nesta era não é primariamente livrá-los de donças e dor, mas lavar-nos de todo vestígio de pecado e fazer com que, em nossa fraqueza, apeguemo-nos a ele como nossa única esperança.

Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho... Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos da sua santidade. Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados. (Hebreus 12:5,6,10,11)

Toda aflição que vem aos filhos de Deus, através de perseguição ou doença, é pretendida por Deus para aumentar nossa santidade fazendo-nos confiar mais no Deus que ressuscita os mortos (2 Coríntios 1:9). Se tivermos raiva de Deus por nossas doenças estaremos rejeitando seu amor. Pois é sempre em amor que ele disciplina seus filhos. É para o nosso bem e nós devemos buscar aprender valiosas lições de fé através disso. Então diremos com o salmista, “Foi bom para mim ter sido castigado, para que aprendesse os teus decretos... Sei, Senhor, que as tuas ordenanças são justas, e que por tua fidelidade me castigaste” (Salmos 119:71, 75). Esta é minha quarta afirmação: Em última instância Deus controla quem fica doente e quem é curado e todas as suas decisões são para o bem de seus filhos, mesmo que a dor seja grande e a doença seja longa. Pois como diz o último versículo de nosso texto, Romanos 8:28, “Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.”

5. Nós Deveríamos Orar Por um Poder que Cura e Uma Graça Que Sustenta

A quinta afirmação é que, portanto, deveríamos orar para Deus curar e para fortalecer nossa fé enquanto não formos curados. É aceitável que um filho peça ao pai por alívio durante um problema. E é aceitável que um Pai amoroso dê ao seu filho apenas o que for melhor. E é isso que ele sempre faz: às vezes curando agora, às vezes não. Mas sempre, sempre o que é melhor para nós.

Mas, às vezes, se é melhor para nós não sermos curados na hora, como sabermos o que orar? Como sabermos quando parar de pedir por cura e apenas pedir por graça para confiar em sua bondade? Paulo enfrentou esse mesmo problema em sua jornada. Vemos em 2 Coríntios 12:7-10 que Paulo, não diferente de Jó, recebeu um espinho na carne que ele chamou de “mensageiro de Satanás.” Não sabemos que tipo de dor ou doença era, mas ele diz que orou três vezes para ver-se livre dele. Mas então Deus lhe deu a certeza que apesar de não curá-lo, ainda sua graça seria suficiente e seu poder seria manifestado não na cura mas no fiel serviço de Paulo através do sofrimento.

Em nosso texto de Romanos 8:26-27 creio que Paulo trata da mesma questão: Enquanto aguardamos pela redenção dos nossos corpos “o Espírito nos ajuda em nossa fraqueza, pois não sabemos como orar, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis. E aquele que sonda os corações conhece a intenção do Espírito, porque o Espírito intercede pelos santos de acordo com a vontade de Deus.” Às vezes tudo que podemos fazer é suplicar por ajuda porque não sabemos de que forma a ajuda virá. O Espírito de Deus pega nossas expressões falhas e incertas e as traz diante de Deus de uma forma que está de acordo com as intenções de Deus. E Deus responde graciosamente e supre nossas necessidades. Nem sempre como esperávamos a princípio, mas sempre para o nosso bem.

Então não nos orgulhemos e fiquemos distantes de Deus, estóicos, colhendo o que destino trouxer. Ao contrário, corramos ao nosso Pai em oração e súplicas em tempo de necessidade. Essa é minha quinta afirmação.

6. Devemos Sempre Confiar no Poder e Na Bondade de Deus

Finalmente, nós devemos sempre confiar no amor e poder de Deus, mesmo na hora mais escura do sofrimento. O que mais me angustia em relação àqueles que dizem que cristãos devem sempre ser milagrosamente curados é que eles dão a impressão de que a qualidade da fé só pode ser medida pelo acontecimento de um milagre de cura física, quando na maior parte do Novo Testamento você tem a impressão de que a qualidade da nossa fé é refletida na alegria e confiança que mantemos em Deus durante o sofrimento.

O grande capítulo de fé na Bíblia é Hebreus 11. Ele começa, “fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não vemos”. O que, frequentemente, não se nota nesse capítulo, contudo, são os oito versículos finais onde nós temos a imagem balanceada da fé como aquela que espera em Deus pelo resgate do sofrimento, e aquela que espera em Deus por paz e esperança no sofrimento. Versículo 33-35a: “pela fé conquistaram reinos, praticaram a justiça, alcançaram o cumprimento de promessas, fecharam a boca de leõs, apagaram o poder do fogo e escaparam do fio da espada; da fraqueza tiraram força, tornaram-se poderosos na batalha e puseram em fuga exércitos estrangeiros. Houve mulheres que, pela ressurreição, tiveram de volta os seus mortos.” Agora se nós parássemos de ler aqui nossa idéia de como a qualidade da fé é manifestada seria muito distorcida, porque aqui parece que a fé sempre vence nesta vida. Mas aqui ocorre uma virada e nós descobrimos que a fé também o poder para perdermos nossa vida: “Pela fé...uns foram torturados e recusaram ser libertados, para poderem alcançar uma ressurreição superior; outros enfrentaram zombaria e açoites; outros ainda foram acorrentados e colocados na prisão, apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos ao fio da espada. Andaram errantes, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e maltratados. O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e montes, pelas cavernas e grutas. Todos estes receberam bom testemunho por meio da fé.”

A glória de Deus é manifestada quando ele cura e quando ele dá um doce espírito de esperança e paz à pessoa que ele não cura, pois isso, também, é um milagre da graça! Oh, que sejamos um povo do qual Deus está frequentemente curando as doenças, mas está sempre enchendo de alegria e paz enquanto as doenças permanecem. Se formos um povo humilde, como crianças, que suplica a Deus na necessidade e confia em suas promessas, o Espírito Santo nos ajudará e Deus abençoará nossa igreja com todas as bênçãos possíveis. Ele agirá, como diz o texto, em todas as coisas para o nosso bem.

Essa é, resumidamente, a minha teologia da doença. Primeiro, nessa era toda a criação, incluindo nossos corpos, foram submetidos à inutilidade e escravizados na decadência. Segundo, aproxima-se uma nova era quando todos os que perseverarem na fé até o fim serão libertados de toda dor e doença. Terceiro, Jesus Cristo veio e morreu para conquistar nossa redenção, demostrar seu caráter físico e espiritual e nos dar um antegosto dela, agora. Quarto, Deus controla quem fica doente e quem fica bem, e todas as duas decisões são para o bem de seus filhos mesmo que sejam dolorosas. Quinto, nós deveríamos orar pela ajuda de Deus para nos curar e para fortalecer nossa fé enquanto não formos curados, e devemos depender da intercessão do Espírito Santo quando nós não sabemos o que orar. Finalmente, nós devemos sempre confiar no poder e amor de Deus, mesmo na hora mais escura do nosso sofrimento.

Oh, que sejamos uma assembléia de santos que ecoa, do fundo dos nossos corações, a fé de Joni Eareckson depois de uma longa luta com paralisia e depressão. Ela escreveu no fim de seu livro: “A garota que tornou-se emocionalmente perturbada, e hesitou a cada nova circunstância agora está crescida, uma mulher que aprendeu a confiar na soberania de Deus” (Joni, p. 190).


1 Todos os versículos desse texto, que não possuem referência, foram extraídos da versão bíblica NVI. Os versículos de Mateus 11:4-6 foram traduzidos diretamente da versão bíblica utilizada pelo autor no texto original.

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